URI: 
       
       Ainda sobre o uso não autorizado de conteúdo
       
       Voltemos ao começo dos anos 2000. O máximo que às pessoas pre-
       cisavam se preocupar (e até hoje não parece ser um consenso
       geral, da população como um todo), era em platafórmas que pre-
       cisam do cadastro de dados sensiveis. Como CPF, RG, número do
       cartão de crédito etc.
       
       Mas às grandes empresas perceberam que seria bem vantajoso
       tornar a internet de fácil acesso para quem tem um nível de
       conhecimento sobre o assunto que beira a zero. E isso é bom.
       
       ACESSIBILIDADE É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA EM UMA METRÓPO-
       LIS!
       
       Mas aí surgiram empresas que começaram a usar os dados forne-
       cidos pelos próprios usuários para treinar seus algorítimos.
       Que são desde recomendação de conteúdo até reconhecimento de
       objetos e faces. E nisso tudo, há um problema do qual você, pe-
       ssoa birrenta PRE-CI-SA reconhecer.
       
       Principalmente devido a fatores como: um sistema de ensino ru-
       im e um péssimo incentivo à leitura, poucas pessoas tem paci-
       ência para ler. Além de inúmeros jargões dos quais requerem sa-
       ber um pouco de juridiques. E qual é a média da população que
       sabe isso?
       
       E AS CRIANÇAS?
       
       Crianças e pré-adolescentes pra diante; quantas dessas pesso-
       as tem saco para ler algo? Não é porque você foi um(a) criança
       prodigio, com super dotação, que todo o resto será igual. Você
       é exceção! Mesmo não sendo prodigio e tendo saco para ler e
       entender o juridiques, você continua sendo exceção. E a coi-
       sa é muito mais complexa.
       
       Crianças e pré-adolescentes aceitam os termos e politica de
       privacidade sem ler. E a maioria dessa maioria nem entendem o
       que está escrito.
       
       E agora vem a complicação! Pessoas (principalmente no Brasil)
       tendem a expor mais do que deveriam sobre suas vidas pessoais.
       A foto de uma criança de 8 anos, completamente aleatória e que
       apenas quis postar uma foto sorrindo para amizades e família,
       pais e mães postam aquele vídeo da primeira vez que a criança
       usa o penico (não deveriam, mas é o que acontece), até o
       chat privado é usado para treino de I.A. generativa.
       
       É fato que criança não deve ficar sozinha na internet, é fato
       que as pessoas não deveriam expor certos detalhes de suas vi-
       das pessoais, mas você e todo o núcleo menos confiavel de em-
       presas e desenvolvedores que não parecem fazer muita idéia do
       que estão fazendo (lembro que tive que explicar para um que
       está trabalhando em um projeto bacana até, que conversão de
       texto para vóz é I.A.) sabem bem que difícilmente alguém irá
       medir as possiveis consequencias de expor certos detalhes de
       suas vidas pessoais.
       
       Além de pessoas que são expostas contra a sua vontade. Por
       exêmplo: Alguém aparece do nada na sua frente e aponta uma câ-
       mera na sua cara. Você pode não ter se exposto(a) na internet,
       TV etc. Mas acabou sendo exposto(a) por causa de outra pessoa.
       
       Pela lei, quem aceitou os termos, está sujeito(a) às regras da
       plataforma. Mas e quem não tem cadastro e foi exposto(a) do
       mesmo jeito?
       
       CRAWLERS
       
       E aqui chegamos em um pnto até mais delicado. E mesmo se tra-
       tando de algo que permitiu tornar mais fácil a localização de
       conteúdo online, pesquisas e afins, também se tornou a fonte
       de um problema enorme no século 21.
       
       Qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento pode criar um
       crawler. Qualquer pessoa mal itencionada pode fazer merda com
       essas informações. E muitas vezes, não adianta criar um
       robots.txt da vida para tentar barrar esses bots.
       
       Contra a nossa vontade, estamos treinando algo que, mesmo po-
       dendo ser usado para o bem, como resoluções de crimes e afins,
       também pode ser usado para criar provas falsas contra pessoas
       inocentes.
       
       Pare de birra e lembre-se que ainda é fácil muita gente acre-
       ditar em quase qualquer coisa que recebem, pelo simples fato de
       irem de acordo com suas opiniões. E eu não preciso lembrar,
       preciso?
       
       OPINIÕES NÃO SÃO FATOS!
       
       Vou parando de digitar por aqui, mas concluo este texto com o
       seguinte dizer: Se algo será utilizado por centenas, milhares
       ou milhões de pessoas, quanto mais gente usa, maiores as pro-
       babilidades de dar algo errado. E infelizmente, nem todo mundo
       sabe o que está fazendo. E isso também vale para quem trabalha
       com T.I. Pode saber lógica de programação, matemática avançada
       etc., mas pode não saber sobre privacidade, cautela, o uso que
       vão dar para seu trabalho; qual o propósito etc.
       
       Reenforço que acho incrivel terem conseguido fazer uma máquina
       ser capaz de identificar o que está em sua frente e até mesmo
       ser capaz de criar algo a partir de entradas de texto. Mas pa-
       ra que isso fosse possivel, muitos (graves) erros foram cometi-
       dos. E se você trabalha com esse tipo de tecnologia, é de ex-
       trema importância que tenha noção sobre isso.
       
       Postado em: jun.22.2024
       Postado por: Lera
       
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       Aug.09.2024 23:14:58:
       Farofa doce
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